quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pai

                                        Pai
 


Aquele que pequena chamava de paizão, papai, paizinho
Aquele que pequena achava o máximo
Aquele que pequena considerava como super-homem

Quando estava lá a chorar, era ele que vinha a me acalentar
Quando estava lá triste, era ele que vinha a me agraciar
Quando estava lá a querer, sonhar e desejar algo, era ele que vinha a me realizar

Em tudo que pensava
Em tudo que desejava
Em tudo que sonhava
Nem bastava piscar que já ia estar lá pronto para me dar

Mas o tempo começou a passar
O trabalho ao lhe dominar
E a filha ao lhe tirar

E cada vez mais que o tempo passava
Ele foi perdendo a sua identidade
Se tornou frio, chato e amargo

Aquele que conhecia, passei a desconhecer
E o que lhe era demais importante estava sendo tirado por ele próprio
O amor paternal

Com isso aos poucos fui crescendo
Aos poucos fui amadurecendo
Aos poucos cheguei a uma fase incontrolável
Como ele dizia

Mas não era incontrolável
Isso só era para ele
Pois ele ficou intolerável e dispensável

Se estivesse parado um pouco para me reparar
Se estivesse parado um pouco para me olhar
Se estivesse parado um pouco para me observar
Você ia ver que estava a te esperar
Só tentava chamar a sua atenção para você voltar a me amar


Fazia o que fazia para você me notar
Mas de nada adiantava
Só lhe digo que tentei, mas a sua ganância falou mais alto
E deixou o seu bem mais precioso lá sozinho
No canto da janela a te esperar quem sabe um dia ira se tocar


Então a única coisa que me resta é pensar no filho que um dia haverei de ter
E que nada nesse mundo irá nos separar
Pois erro como o seu não tem como tolerar
Por isso eu lhe digo jamais eu irei blefar
E caso me aconteça, desculpas eu irei dar
Mas tirar meu filho, ninguém vai me tirar

Por: Fernanda Lopes. ♥

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